domingo, 7 de março de 2010

Fatos e boatos.

Tremendo,confuso, desesperançado, dúctil,seco;uma desejosa,uma fraca, uma massa informe e estática ,eu jazo.Este dardo do amor cuja penetrante ponta,muitas vezes usada,com sangue virgem dez mil gracianas, já foi pintado,agora lânguido,jaz nesta desgraçada hora,minguado,desseiva qual murcha flor...anunciando ruína e desespero.Engano, seu,não é o meu amor que condeno,mas sim minha descrição;aqui a chama ardente devia por tempo mais ser escondida.Quando cedo demais,receio,foi ela revelada...o nosso fraco sexo encontra glória na surpresa, vangloria-se nas conquistas súbitas do nosso olhar.Mas tu prefere que meu oposto ouse resistir,um que com nobre coragem defenda um coração ferido. Vitórias são para eles contadas em termos de acasos e de dor.Desejo sentir comoção,e na vida isso não acontece.Sou eu o cínico deste nosso tempo de vida. Um prato abundante puseram,em igual medida,à nossa frente que me faz ranger os dentes de irritação.A vida é sem propósito,por todo o lado é desfeita por caprichos.faço isto,e para nada importa se os meus atos são o oposto.Deixe cair um lenço e ele volta para lhe sufocar. As palavras são para mim um remédio e esta já tão avançada a minha doença que o meu turbante tem de ser o melhor que há por ai.